quarta-feira, 1 de junho de 2016

Saida

Saída

          Quinta feira a tarde, sento no banco vermelho na entrada da escola. Fico lá sozinha, meus amigos estão na aula de educação física, que não posso fazer. Enquanto espero minha mãe para me buscar e ir para a terapia, observo as crianças. É hora da saída delas.
         Em um canto, um menino que deve ter uns 7 anos lê um livro ilustrado do "Clifford, o gigante cão vermelho". Ele tem cabelos pretos e espetados, olhos meio puxados e caídos, e as roupas de frio engordam seu corpo magro.
          No outro canto, uma rodinha de meninas, com um meninas, e um menino brincam de jogos de mãe, como "popai", "babalu", e "nós as quatro".
           Espalhados, há crianças brincando de pega-pega, carrinho, boneca, e outras mostrando um desenho ou um trabalho feito em aula umas para as outras.
          E, em um banco de madeira, uma menina dorme no colo de uma professora. A menina está com os cabelos loiros e lisos espalhados pelo rosto. O casaco rosa choque está um pouco levantado, e dá para ver uma camiseta, rosa também. As bochechas estão vermelhas do frio, e ela usa calça leggin cinza. Deve ter uns 5 anos.
         Então, chega o primeiro pai. Uma menina o vê. Ela tem cabelos enrolados e pretos, assim como ele. Olhos verdes e grandes, iguais aos dele. Sardas. O pai não tem sardas. E é magra. Ele também. A menina sai correndo, gritando "papaaiii", e se joga nos braços dele, que a abraça e diz "Ei, pequena! Como foi a aula?". A menina começa a contar sobre as coisas que ela fez. Os desenhos, leitura de fábulas, e brava, conta do menino que puxou o cabelo dela no recreio.
          Os dois vão embora, de mãos dadas. Isso me lembrou minha primeira escola, o grão. Nós subíamos em uma árvore que tinha, e víamos os pais chegando.
          Depois, foi chegando mais pais e mães. As crianças, assim que os viam, corriam até eles para abraçar e contar sobre tudo. 
          Os desenhos. As leituras de fábulas. A nova palavra que aprendeu. O que comeu na cantina. Tudo.
           Agora minha mãe chegou. Levanto do banco vermelho, e passo pelo meio dos abraços e beijos.

Um comentário:

  1. nossa, me lembrou muito quando eu er apequena, e é uma senção boa ler essa crônica, esse olhar do que esta acontecendo em volta, acho que se eu tivesse no seu lugar, teria um olhar parecido, ou, uma saudade de ser assim, acho que esta crônica "mexeu" comigo (por motivos que não importa agora). adorei, o uo de imagens foi otimo, e gostoso de ler

    ResponderExcluir