De Suspensórios e Chapéu
domingo, 7 de agosto de 2016
De onde veio esse E.T?
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Óculos
Óculos
Minha mãe usa óculos. Meu pai deveria usar. Minha avó? Ela usa lente. Tenho 5 irmãos, dos quais 3 usam óculos tambem.
Pois é; obviamente, sendo assim, eu também uso.
Passei a usar com 8 anos, lembro-me do meu primeiro óculos. Era um rosa claro, meio transparente, e de formato retangular; amei usá-lo. Adorava.
Desde então, sempre uso óculos, não consigo ler,de perto ou de longe, ou até mesmo indentificar pessoas de longe sem ele.
Tenho muita olheira; roxa, profunda; elas marcam muito meu rosto. O óculos, que agora eh meio quadrado, e grande; azul marinho, rosa claro por dentro.
O óculos desfarsa
"Eu não nasci de óculos; eu não era assim não"
Acham que o óculos da charme de intelectual; será mesmo? Talvez, as vezes; as vezes não
"Se eu to feliz eu ponho os óculos e vejo tudo bem; mas se to triste eu tiro os óculos, eu não vejo ninguem"
Sempre amei essa frase; óculos faz com que nós, intelectuais vistos como intelectuais apenas pela armação em nossos olhos, ou não intelectuais vistos como tais, enxergarmos; é uma ajuda; nossa ajuda. Mas também funcionacomo saída de incendio
Se você usa óculos, não fique triste, pode ser seu charme; sua ajuda; sua ligação genética com o resto da sua familia.. E também sua saída de incendio..
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Meu Nome é Khalil
sábado, 4 de junho de 2016
Espero
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Saida
Quinta feira a tarde, sento no banco vermelho na entrada da escola. Fico lá sozinha, meus amigos estão na aula de educação física, que não posso fazer. Enquanto espero minha mãe para me buscar e ir para a terapia, observo as crianças. É hora da saída delas.
Em um canto, um menino que deve ter uns 7 anos lê um livro ilustrado do "Clifford, o gigante cão vermelho". Ele tem cabelos pretos e espetados, olhos meio puxados e caídos, e as roupas de frio engordam seu corpo magro.
No outro canto, uma rodinha de meninas, com um meninas, e um menino brincam de jogos de mãe, como "popai", "babalu", e "nós as quatro".
Espalhados, há crianças brincando de pega-pega, carrinho, boneca, e outras mostrando um desenho ou um trabalho feito em aula umas para as outras.
E, em um banco de madeira, uma menina dorme no colo de uma professora. A menina está com os cabelos loiros e lisos espalhados pelo rosto. O casaco rosa choque está um pouco levantado, e dá para ver uma camiseta, rosa também. As bochechas estão vermelhas do frio, e ela usa calça leggin cinza. Deve ter uns 5 anos.
Então, chega o primeiro pai. Uma menina o vê. Ela tem cabelos enrolados e pretos, assim como ele. Olhos verdes e grandes, iguais aos dele. Sardas. O pai não tem sardas. E é magra. Ele também. A menina sai correndo, gritando "papaaiii", e se joga nos braços dele, que a abraça e diz "Ei, pequena! Como foi a aula?". A menina começa a contar sobre as coisas que ela fez. Os desenhos, leitura de fábulas, e brava, conta do menino que puxou o cabelo dela no recreio.
Os dois vão embora, de mãos dadas. Isso me lembrou minha primeira escola, o grão. Nós subíamos em uma árvore que tinha, e víamos os pais chegando.
Depois, foi chegando mais pais e mães. As crianças, assim que os viam, corriam até eles para abraçar e contar sobre tudo.
Os desenhos. As leituras de fábulas. A nova palavra que aprendeu. O que comeu na cantina. Tudo.
Agora minha mãe chegou. Levanto do banco vermelho, e passo pelo meio dos abraços e beijos.
terça-feira, 31 de maio de 2016
Sempre
Me debruço na sacada, ignorando as constantes advertências de minha mãe de quando morava com ela: "Não se debruce assim, menino" Vai cair desse jeito!" Sinceramente? Não me importo. E daí se eu cair? Moro no terceiro andar; sobrevivo. E se não sobreviver, e daí? Esse mundo não tem graça. Quem sabe a Morte não divirta as coisas um pouco?
Olho o horizonte. Prédios, prédios e mais prédios. Nenhum campo aberto para jogar bola, empinar pipa ou andar de carrinho de Rolimã, como meu pai dizia fazer quando menino. Quem me dera ter tido uma infância assim...
Volto a me debruçar, e olho para baixo. Observo o homem que passa do outro lado da rua. Ele sempre passa aqui nesse horário, 19h58. Ele é bem gordo, e usa roupas formais. Seu andar é rígido, com os braços retos ao lado do corpo, indo para frente e para trás, as mãos levemente fechadas, e os passos largos, duros, e certeiros, como se marchasse.
Já o perdi de vista, o que significa que são 18h. E por isso, olho o prédio da frente, em uma das janelas do quarto andar, que sempre está aberta.
Fico olhando, esperando. E... pronto. Lá está ela, andando por seu quanto. Seu corpo tão belo. Os seios salientes, pernas e braços finos, porém firmes. Anda até o armário, e pega uma camisola. Dessa vez é rosa.
Então, ela sai do campo de vista que tenho pela janela, o que significa que acabou meu "tempo de descanso".
Saio da sacada, o que deixaria minha mãe aliviada, e volto aos estudos da da faculdade.
Sim... esse mundo é muito sem graça.
Caminho
Eu andava por aí. Sem onde ir, sem o que fazer. Não sabia de nada; Não entendia.
Eu andava, e andava. Andava, e pensava. Pensava em tudo, e em nada. Pensava em por que o mundo é assim. Pensava em qual era o sentido daquilo, de viver. Por que não sabia. E ainda não sei.
Eu andava, e via as pessoas na rua. Uma mulher levando uma menina, as duas de mãos dadas, andando como eu. Será que elas tinham onde ir? Será que sabem o sentido? Não acho que alguém saiba...
Andei mais, e passado alguns minutos, passei por duas pessoas. Elas dançavam.Pareciam melancólicas. Fiquei imaginando o sentido da melancolia. Imaginei vários, mas nunca soube ao certo qual era.
Passei por outras pessoas, mas acho desnecessário falar delas. Nenhuma me chamou atenção; e ninguém reparou em mim. Eu entendo isso; Afinal, para que reparar em um menino encolhido, andando sem destino com as mãos enfiadas nos bolsos?
Esse menino, que apesar de tão novo, se questiona tanto, e já não entende para que isso.
Questiona o sentido de acordar. De comer. Falar. Chorar. Dormir. Sorrir.
Eu andava. E andando, pensava. Pensava em tudo, e em nada. Pensava no sentido de tudo aquilo. No sentido de viver. No sentido de andar.